terça-feira, 24 de setembro de 2019

13ª Meia maratona Porto - será relação amor versus ódio ?


Alvorada ás 6 da manhã.
Para um domingo não está mal, não.
O outro diria, "se fosse para trabalhar não se levantava tão cedo !"
Pois, mas como quem anda por gosto não cansa, não é?
Afazeres normais para quem se prepara para mais uma prova.
Leninha e Diogo fora do país e Pedrinho ainda (de certeza) estendido na sua caminha a recuperar do dia anterior pela "brutal" prova que tinha feito.
É, tem-se dedicado mais ao trail e desta vez, debaixo de um temporal, andou a "galgar" a serra D'Arga. "Só" foram 52,77k em 10:07:32 👍
Esse seu feito merece uma postagem. Aqui vai,



                                   Grande foto do Pedrinho no meio da imensidão da serra D'Arga

Passemos á frente senão ainda fico a pensar que meia maratona não é mesmo nada.
Bom, arrancamos ás 06:55 e passados 15 minutos já estávamos estacionados no local do costume (perto do Ipanema Hotel ali mesmo no Fluvial).
Então, o que nos esperava desta vez?

- 13ª meia maratona Porto
- domingo, 22 de setembro.2019
- 09H00



                         O bonito cartaz a anunciar a meia maratona do Porto

Este ano a organização alterou a prova para iniciar ás 09H00 e não ás 10H00 como habitualmente (de certeza que o turismo "obrigou").
Lá estavam os autocarros todos perfilados para nos levarem até á Ponte do Freixo onde iniciaria a prova.
Verdade se diga que muito confiante não estava pois, por artes do diabo, nesta prova que tanto gosto de fazer, acontece-me sempre algo que me impede de "rolar" normalmente.
A ver vamos.
Ah, quando me levantei fui até á rua para sentir a temperatura. E, não é que estava mesmo frio!
Ainda hesitei mas levei vestida a camisola interior térmica.
Ok, lá fomos aquecer, cruzamo-nos com vários colegas de treinos (da quarta feira na Maia, apesar de já há muito tempo não irmos) e o sol apareceu.
Ui, já estou  transpirar por todos os lados. Teresinha logo sugeriu para tirar a térmica (e, as mulheres só "sugerem", não é?) e, claro, portei-me como um homem de H grande: obedeci de imediato 😄
Amarrei-a á cintura e, lá ia carregar um peso que não estava nos planos.
Adiante.
Caixa de partida (demos de frente com o Pedro Gaio) e, a fotinha do costume,


                O sol já apertava (e houve um inteligente que vinha de camisola térmica vestida !)

Entretanto o speaker anuncia:
Hoje o mais experiente tem 79 anos e a mais experiente 67!
Tá bem, tá, quem me dera chegar a essa idade e correr ainda.
Bom, topo uma máquina fotográfica preparada para dar um flash e, qual emplastro, decido também ficar na foto.
O interessante é que o Pedrinho encontrou essa foto e ma enviou,


                                    Quem são?  Não sei, mas o emplastro estava lá.  😋

Ah, o que nos esperava?





Tiro de partida e, aí vamos nós.


                                            A partida na ponte do Freixo

Vamos a rolar normalmente e, já estamos ao lado do Tiago Martins.
"Oh, por aqui ao lado destas lesmas?"
"Ando a treinar para a maratona, quero ver se consigo fazê-la a 6m/k. Hoje vou tentar fazer a 5.30m/k"
"Então, siga que este andamento não dá para isso"
E lá foi o nosso amigo, desaparecendo no meio do pelotão.
Já tamos no K3 á entrada da Ponte D. Luiz (é com Z que se escreve, é).
Ao atravessar a ponte, nunca tinha sentido o tabuleiro a vibrar tanto! Até parecia que ia cair.
Já estamos em Gaia e o ritmo continua normal.
K5 com 29:00, ou seja, muito calmo porque ainda falta muito.
De repente lá aparecem aquelas lebres já de volta (tinham feito o retorno aos 8k), só com negros na frente.
Muito distante lá apareceu o Rui Silva que ia sózinho, até comentei com a Teresinha "era melhor esperar por alguém para ter companhia porque custava menos"
Bom, já tínhamos tido um abastecimento, Ponte Arrábida, Afurada, ligeira subida e estamos no retorno.
Aí, até parece que senti um balão a esvaziar.
É verdade.
De repente, senti que estava, como dizer, mole, mole, aliás, derretido.
Já?
Como é possível?
Não quero acreditar nisto.
Esta prova tem algo contra mim.
Ai, tem, tem.
Bom, pensei cá para os meus botões: "baixa o ritmo, aguenta aí uns 2K e vais ver que passa".
Claro, a Teresinha estava perfeita e perante esta lesma, incentivava-me mas, desta vez, não ia lá com incentivos.
K10 (com 59:15) e, bem esperava este morto por ressuscitar e, ................. NADA.
K13 em cima da Ponte D. Luíz, passamos para o Porto e virar á direita para o Freixo.
Já estava completamente derretido, parecia plasticina 😒
No retorno (aos 15K) tínhamos abastecimento.
Aqui, parei, levei á boca três pedaços de laranja, bebi água e isotónico e, andei aí uns dois minutos.
Foram dois minutos que pareciam duas longas horas!
Só me apetecia estender no chão, fechar os olhos e,..................... "morrer" ali.
Não, isto não pode ser assim, a minha cabeça tinha de vencer o meu corpo.
Meti na cabeça que tinha de terminar.
Isso não tinha discussão possível.
Ok, lá arranquei (nem sei como) e, pronto, lá fui em passo de lesma até á meta.
Ainda passa por nós o Serafim (não tinha dorsal e ia a acompanhar uma amiga), tento acompanhá-los mas,................ nada.
De repente tenho á minha volta os comandos que fizeram a prova de calças e botas!


         Mike é mesmo um grande ator! Ia todo derretido e aqui a disfarçar para o fotógrafo 😁

Até a camisola térmica que levava á cinta cheia de suor me pesava toneladas!
E, foi assim.
Em frente ao Museu do Carro Elétrico ainda tivemos uma mangueirada dos bombeiros (que bem que me soube mas, nem isso deu para me acordar)
Sempre em esforço, até ao esforço final.



                           O esforço final da Teresinha e o arrastar de um morto-BiBo 😞

É.
Só pode.
A minha relação com esta meia maratona é mesmo de amor versus ódio.
Amor porque adoro correr na minha cidade, num cenário mesmo lindo.
Ódio porque, nas 24 meia maratonas que fiz até agora, as piores 2 de sempre, foram no Porto!
Siga, tem de ser assim e, depois de me passar a cabeça, ou antes, a grande cabeçorra com que fiquei após a prova, agora só quero que a próxima chegue rápido, muito rápido (é mais uma meia a 6 de outubro em Bregenz na Aústria).

Bom, finalmentes,
- terminaram a prova 3790 atletas
- Teresinha, tempo de 02:17:33, lugar 3302 na geral e, no seu escalão (F60), lugar 9 em 20
- Mike, tempo de 02:17:34, lugar 3303 na geral e, no seu escalão (M60), lugar 120 em 142
- Tiago Martins, tempo de 01:56:53, lugar 2156 na geral

- Vencedor: Maxwell Rotich (Uganda) com 01:01:14
- Vencedora: Antonina Kwambai com 01:09:42

Lembram-se do tal atleta experiente de 79 anos.
Pois é, aqui vai o tempo dele: 01:50:32
Nome: Óscar Loureiro
Bem o conheço, no treino de domingo de manhã na Foz cruzamos sempre por ele.

Como curiosidade, esta prova foi ganha ao sprint,


                    E, por meio metro se ganha e por meio metro se perde, não é?


E, como um mal nunca vem só, para terminar, vamos lá á odisseia do nosso amigo Silvério Pinto nesta prova.
Conta-me ele:
" Ao chegar ao K8 no retorno dá-me uma dor muito forte na perna que me impede de correr.
Ainda vi vocês a passarem por mim e, vou aos bombeiros.
Só tinham gelo e, mesmo assim não passou.
Então pensei: vou forçar a ver se passa.
Só consegui correr até á Afurada.
Aí, as dores eram tantas que parei mesmo.
Como levava dinheiro comigo, fui ao barco para fazer a passagem para a margem direita do rio.
Digo ao tipo do barco: "vou de barco para chegar primeiro á meta" (a meta era mesmo em frente do outro lado do rio).
Responde-me ele: não vai não, porque eu já vi daqui os pretos a cortarem a meta.
Atravessei o rio e fui-me embora.
Isto hoje até parece aqueles programas de TV das tardes onde é só desgraças.
Fujam, fujam.
Para terminar a cores e não a preto e branco, terminamos então com a medalha desta prova,




Terminamos?
Não, agora ainda temos uma notícia do Jornal de Notícias dando conta desta prova.
E, que tem de interesse essa notícia?
Interesse não digo mas, lembram-se daquele emplastro desta prova?
Pois ele apareceu no fim da mesma! 😆


                                                 Emplastro sempre no ativo 😁


E, agora, é mesmo tudo.
Bjs e abraços
MIKE
2019.setembro













3 comentários:

  1. Andas em forma na qualidade de emplastro! :)

    Partida às 9 é uma rica ideia para fugir ao calor.
    Pena essa Meia ser longe pois gostei muito dela quando a fiz em 2008, uma prova histórica pois ultrapassei em plena prova a Jéssica Augusto e o Rui Silva!!! (antes de começares a pensar que eu era voador, a justificação é simples, tinham vindo dos Jogos Olímpicos de Pequim e aproveitaram a prova para fazerem um treino ligeiro de 7 km e depois foram a andar para onde tinham boleia, mas que deu-me gozo passá-los, ai isso deu!)

    Na mesma altura que estavas na Meia com um atleta de 79 anos, estava eu na Corrida do Tejo onde anunciaram um atleta de 89 anos!

    Um abraço e em força para daqui a 40 dias! (como o tempo voa!!!)

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  2. Caro João,
    89 anos!
    E eu a apensar que 79 já era extraordinário.
    A maratona do Porto, para nós,............. já era :(
    A Teresinha está outra vez lesionada (foi ontem no treino)
    Como andei na Marinha, bem posso dizer, tranquilo, "há mais marés que marinheiros", não é?
    Fica para 2020.
    Vamos lá ver é se recupera para Bregenz.
    Continua a tua saga de (bons) treinos que, como bem sabes, o tempo voa.
    Gr abraço
    Mike

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    Respostas
    1. Lamento... mas regressarão em 2020 em força!
      Rápida recuperação da Teresinha!
      O que se vai passar em Bregenz?
      Um abraço

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