quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

24ª Medio Maratón Sevilha - a meia de meia



Confesso que hesitei bastante se iria, ou não, escrever esta crónica.
É isso.
Ora, fazer uma crónica sobre, vá lá, sobre um "insucesso", não afaga o nossos ego, não é?
Mas, como todas as moedas têm duas faces, vamos lá a esta "empreitada" de escrever uma crónica sobre o que não foi um dia de "glória desportiva".
Adiante.
Ora bem, uma forte gripe, febre e tosse (muita) começou por afetar a Teresinha.
Por osmose (seria?) também levei com este pacote e, isso traduziu-se em 15 (quinze!) dias sem treinar e, isto antes de uma prova de 21K
Tínhamos avião, hotel e inscrição na prova já tudo pago em Sevilha.
Então, vamos, ou não vamos?
Malas feitas, aí vamos nós para Sevilha mas, com um "contrato" antecipado: vamos devagar, devagarinho, tipo ritmo de maratona a ver o que dá, nada de forçar e vamos lá a ver até onde conseguimos ir.
Bom, viajamos tranquilamente sexta para a Andaluzia.
Sábado, ao fim da manhã, estávamos a descer no elevador no hotel e, apanhamos um susto: ao sair, uma multidão dentro do hotel com polícia a fazer alas.
Estes espanholitos querem autógrafos nossos?
Segundos depois estava explicado o burburinho.
Acabavam de sair do elevador os jogadores de futebol do Sevilha que iriam jogar com o Levante.
Como o estádio era mesmo ali (300 metros do Mélia Lebreros Hotel), fomos até lá.


                No estádio Ramon Sanchez Pizjuán onde já lá tínhamos visto um jogo em 2011

Ora, por curiosidade fomos saber os preços dos bilhetes: 30 euros/cada o mais barato.
Um candongueiro pede-nos 90 euros/cada ao que eu respondo: "tás maluco, 90 euros para ver o Levante?"
Bom, decidimos então ir levantar os dorsais ao Centro Deportivo San Pablo.
Ah, só por curiosidade, o resultado ficou em Sevilha-5 Levante-0
Esta feira era fraquinha mas, como já estivemos em tantas, agora é difícil ficar impressionado com alguma coisa.


                                                A foto da praxe com os dorsais

Tarde a passar pelas calles (estava sol, aquele sol de inverno que aquece a alma), jantar e descansar que amanhã temos uma empreitada pela frente.
Alvorada ás 06H30, comer o habitual, equipar e sair.
Saída ás 07H45 e, cá fora, além de ainda ser noite, o frio era de rachar.
Estavam 9 graus mas com um ventinho de gelar.
Metro e saímos em Puerta de Jerez.
Andamos aí uns 15 minutos (corremos para aquecer) até ao Paseo de Las Delícias onde era a partida.
Ora, o que nos esperava:
- 24ª Media Maratón de Sevilha
- 09H00
- 27.janeiro.2019
Fomos ao guarda roupa deixar o nosso saco e, vamos lá aquecer.


                      Aqui estamos nós sem sabermos onde nos levariam as nossas forças

É uma sensação muito estranha estar ali concentrado na caixa e não ter confiança nas nossas forças.
O itinerário era este,


                                          O itinerário desta meia maratona de Sevilha

Primeiro percorríamos o itinerário vermelho e depois o azul.
Bom, lá terá que ser, não é?
Tiro de partida e lá vamos nós.
Início em Avenida larga que dá muito jeito para não haver confusão.


                          Partida dada e já estamos em andamento

Como tínhamos combinado, íamos em ritmo confortável.
K1, 2, 3, 4 e já estamos a passar a Puente de La Barqueta sobre o rio Gualdalquivir.
Confesso que ia mesmo admirado comigo pois estava tranquilo e não sentia o esforço.
É verdade que o ritmo era lento mas, nada me doía, ia mesmo bem.
5k passados com 30:55 (soft, soft) e, siga.
Sinto baterem-me nas costas e, uma jovenzinha pergunta: " O que fazem aqui dois portugueses?"
"Divertem-se", digo eu.
Mais á frente, agora um casal corredor. "Então também vieram a Sevilha?"
É isto mesmo, somos os desconhecidos-conhecidos que nos dá a corrida, não é?
Bom, lá íamos nós tranquilamente, cada vez achava mais estranho nada me doer e não estar cansado.
K10 em 01:00:50
Claro que este tempo era muito lento, era tipo ritmo de maratona mas, até aqui, tudo bem.
Nova ponte e, no fim desta, Teresinha diz-me." não consigo mais, está a dar-me a tosse e só dá para  mais 2 ou 3K"
Ok, assim sendo é melhor ficar já por aqui pois estamos em cima da meta (fizemos precisamente 10,6K).
Diga-se a verdade que, por mim, seguia.
Sentia-me mesmo bem e, acima de tudo, com confiança em terminar.
Deixamos o pelotão (e naquele local estava tanta gente a ver 😒), voltamos um pouco para trás e, como tínhamos que ir levantar a roupa no guarda-roupa, teríamos que passar pela meta.
Bom, encostamos ao gradeamento e, a andar, fizemos os últimos 300 metros na reta da meta.
É uma sensação muito má estar ali no meio daquela multidão a cortar a meta ,........... a andar😌
Reparo que o relógio de meta marca 01:19:20.
Estranho, estranhíssimo também é estar na caixa após terminar a prova e ter tão poucos atletas.
Pois é, o grande grosso da coluna ainda estava a correr, ainda tinham uns K para percorrer.
Bom, agora o habitual, resguardo plástico para o corpo, bebida isotónica, fruta, levantar roupa, mudar e, "desaparecer".
Quando cheguei ao Hotel salta-me ao pensamento que tenho que voltar aqui para fazer a prova como deve ser. Aliás, é uma prova sempre plana, penso mesmo que, até hoje, foi a mais plana que encontrei.
E pronto, nada mais de relevante de uma prova que não foi, ou antes, foi meia de meia maratona.
Foi a primeira vez que tal nos aconteceu mas, provar o fel só nos lembra que o mel é muito mais saboroso do que aquilo que parece.

Finalmentes,
- Vencedor: El Hassan Oubaddi com 01:03.14
- Melhor atleta feminina: Ruth Karanja com 01:10:39
Terminaram a prova 7894 atletas.

Agora há que treinar pois a próxima também é uma meia maratona (aproximadamente daqui a um mês) e, também na "estranja"
Bjs e abraços para todos

MIKE
2019.janeiro