terça-feira, 18 de setembro de 2018

12º Meia Maratona Porto. Valeu a pena arriscar? Sim, valeu.



Domingo.
Enquanto a maioria dos portugas ainda passavam pelas "brasas", nós já estávamos bem acordados!
Ás 07:41 já estávamos a arrancar do local do crime (Rua Vitorino Nemésio), desta vez, quatro Happyruns, equipados a rigor, prontos para produzirem uns litros de suor a "papar" asfalto.
A participação nesta prova esteve "tremida".
Pois é.
O meu aquiles esquerdo voltou a acordar, ou seja, impediu-me que treinasse durante 15 dias.
Sim, nada de corrida, parado, mesmo.
Esta paragem já me tinha custado a ausência a 8 de setembro na corrida do Porto de Leixões.
Então, depois da paragem forçada, restava uma semana para preparar uma meia maratona!
Três treinos (de 9, 10 e 14 km) e ainda a receber tratamento.
Enfim, a vontade de alinhar falou mais alto que a prudência e, apesar de ter a perfeita consciência que não estava preparado para altos voos, decidi participar.
Sempre é a meia do Porto, é a minha cidade e, não ir, é dor demasiada.
Bom, depois deste introito, vamos lá ao que interessa.
Dizia então que éramos quatro.
Sim, quatro, a saber: Teresinha, Leninha, Pedrinho e cá o Mike.
Aterramos no local do costume (ao lado do Hotel Ipanema), últimos preparativos e vamos lá descer até ao Fluvial para apanharmos o autocarro para a partida (eram 08H20).
Lá vamos pela marginal fora (é lindo mesmo) e, sempre que faço estre trajeto neste dia, penso sempre que a distância que corremos é enorme!
Já estamos na ponte do Freixo no meio de uma multidão de atletas.
Passamos pelas caixas de partida (desta vez havia um "atrofiamento" pelo facto de haver obras na via), as madames á procura de uma casa de banho e, os "homes" á espera.


                               Enquanto esperavam pelas madames, eles "soltaram-se"😀

Todos juntos já e, encontramos o Mário Soares á civil!
Então que aconteceu para este homem que não falha uma prova, não estar equipado?
"Eh pá, dei uma queda e tenho que colocar uma pequena prótese!", diz o Mário desconsolado.
Acontece, não é.
Volta rápido que o pelotão sente a tua falta.
Cumprimenta este e aquele (nisso o Pedrinho tem um leque de conhecimentos vasto, conhece meio mundo!) e, já preparados para o aquecimento.


                                     Aqui os Happyruns com o amigo Tiago Martins

Tiago Martins que também nos dá a notícia da paragem do seu sócio Pedro com problemas num joelho (rápidas melhoras Pedro).
Bom, lá fomos para a caixa de partida e, só pensava no meu aquiles.
Vais aguentar?
Sim ou não?
Estava apreensivo, lá isso estava pois, 21 km não é, "ir ali e já venho" mas, .........
Ah, estamos em que prova?

- 12ª Meia maratona do Porto
- 16 de setembro
- 10 horas
- 17 graus e nevoeiro

O percurso que nos esperava,


Tiro de partida.
Siga.
Siga, é como quem diz, "só" demoramos 3m32s a passar o risco de partida.
Arrancamos confortável como quem não quer acordar o aquiles, suave, pianinho e, já estamos a chegar á Ponte D. Luiz (sim, é com "z" mesmo).


                                               Pedrinho concentradísssssssimo


                                            Teresinha e Mike bem descontraídos


                                              Leninha já  a dar o seu melhor

Entramos na Ponte D. Luiz para passarmos para Gaia.
No tabuleiro é sempre a mesma sensação estranha de estar a correr "no ar" pois ele abana bastante (claro, teria que fletir, se o não fizesse partia e íamos todos tomar banho ao Rio Douro 😊)
Km 3, cais de Gaia, continuamos suave.
Siga, Marginal antes da Ponte Arrábida e, já estou a dar de frente com os batedores que vinham a acompanhar os primeiros classificados.
Já?
De repente as gazelas aparecem.
Eram nove africanos (contei-os bem) e, para mim, vinham a sprintar!
Ponte Arrábida (abastecimento), Afurada, mais uns minutos e estamos no retorno.
Km 8
Aquiles?
Ok.
Nada.
Tá a dormir.
Não o acordes, penso eu.
Estamos agora a cruzar com uma "multidão" de atletas (eram 100) que empurram outros atletas em cadeiras de rodas.
É a equipa "Egoísmo positivo". É uma associação espanhola que nasceu para integrar os deficientes através do running.
Lindo.
É mesmo comevedor ver uma menina tão linda numa cadeira de rodas ser empurrada por quem tem a felicidade de poder correr.
Enfim, ainda há quem se queixe porque é feio!
Avancemos.
De repente, por qualquer ato de malvadez, sinto uma dor a aumentar na unha do pé direito.
Não, não, isso não me está a acontecer!
Devo estar a sonhar.
Só pode.
Não. Não estava a sonhar, não.
Que dores!
Disse umas não sei quantas asneiras (em voz baixinha) e só pensava como me iria aguentar em mais 12 km naquele martírio.
Esquece.
Deixa lá.
Pois, a vontade era mesmo cortar o dedo.
Desistir, não desisto, não, portanto, siga.
Ponte Arrábida (Km 10), Cais de Gaia, o "sofrimento" já se fazia sentir.


                                                       Pedrinho no km 11

                 
                                                        Leninha já a voltar

Ponte D. Luiz (km13) e siga até ao Freixo (novamente).
Aqui já cruzamos com o Pedrinho (já ia bem adiantado)


                          Teresinha e Mike depois da Ponte D. Luiz, de volta ao Freixo


                                     Pedrinho já tinha feito o retorno no Freixo

Lá me ia aguentando, tentava pensar em tudo menos na dor da maldita unha e, os km iam passando.
O sol aparece agora também para nos "chatear"
Retorno, abastecimento ("saquei" três gel 😋) e já estamos no túnel da Ribeira a ouvir os músicos a darem um empurrãozinho).
Passamos a Maria Ricardo e o Raul Ferreira e incentivamo-los a nos acompanhar.
"Isto nunca mais acaba", pensava eu com os meus botões.
Alfandega, Museu Carro Elétrico (aqui apanho um banho de mangueirada de um bombeiro) e, vamos lá cerrar os dentes que já falta pouco.
Temos a grande atleta Flor no passeio a nos incentivar (então Flor desta vez não correste?), anima um pouco, lá isso anima.
Falta 1 km !
Só 1.
Yes.
Aqui temos o Pedro Gaio (outro grande atleta) que, desta vez, tá lá para tirar fotos.
Simpático como é, bate então umas chapas.
Aqui estão as suas fotos:


                          Pedrinho como se nada fosse muito perto da meta


                     O riso só para o Pedro Gaio, porque por dentro, ia a "chorar" de dores

Entretanto Pedrinho já tinha terminado e voltava para trás para também tirar umas fotos.
Aqui vai uma das suas habilidades,


                                    Leninha apanhada pelo telemóvel de Pedrinho

A meta é já ali.
Um último folego e, já está.
Água, isotónico, banana e medalha.
Desta vez fui um sortudo.
Tive duas medalhas.
A primeira aqui vai,


                                    Linda medalha desta meia maratona

A segunda, bom, tapem o nariz para não sentirem o cheiro, ok? 😧


                                    A maldita unha que me atormentou durante 12 km 😠

Antes dos finalmentes, queria ainda fazer uma referência aos atletas do "Egoísmo positivo".
Lembram-se de lhes ter dito que me tinha ficado na retina uma menina lindíssima numa cadeira de rodas a ser empurrada?
Pois, não podia deixar de postar essa beleza.
Aqui vai,

                             
                                                 Que linda que tu és 😊

Perguntava eu, no título, se tinha valido a pena arriscar?
A minha resposta foi SIM.
Agora a razão.
SIM, só para ver o teu sorriso minha linda menina, valeu a pena tanta dor.

Finalmentes,
Terminaram a prova 4221 atletas
- Teresinha, tempo de 02.14:38, lugar 3625 da geral e no seu escalão (F60), lugar 6 em 13
- Leninha, tempo de 02:22:52, lugar 3864 da geral e no seu escalão (F55), lugar 16 em 24
- Mike, tempo de 02:14.39, lugar 3626 da geral e no seu escalão (M60), lugar 116 em 141
- Pedrinho, tempo de 01:50:13, lugar 1900 da geral e no seu escalão 8M40), lugar 378 em 682
Os nossos amigos,
- Tiago Martins, tempo de 01:52.24, lugar 2125 da geral
- Silvério Pinto, tempo de 01:41.28, lugar 1055 da geral
- Maria Ricardo, tempo de 02:19.12, lugar 3678 da geral
- Pedro Esperança, tempo de 02:05:06, lugar 3044 da geral
- Raul Ferreira, tempo de 02:17:54, lugar 3677 da geral
Agora as grandes estrelas,
- Vencedor masculino: Mike Kiptum Boit (Quénia), tempo de 01:00:52
- Vencedora feminina: Susan Jeptoo (Quénia), tempo de 01:11:04
- Melhor português: Luis Saraiva, tempo de 01:07:23  , 13º lugar
- Melhor portuguesa: Susana Godinho, tempo de 01:18:45, 18º lugar
Como última nota destaco o vencedor se chamar Mike, um dia serei eu? 😀
E pronto.
É tudo
Abraço e beijos
MIKE
2018.setembro






2 comentários:

  1. Pois... esse lindo sorriso dá que pensar, como bem dizes. E gosto do nome Egoísmo Positivo.

    Ainda bem que valeu a pena! Desejo-te rápida recuperação do Aquiles e da unha. E muita força para 4/11.
    Já vi que uma semana antes vais à Meia de Valência. Pede ao sempre entusiasta público para 5 semanas depois gritarem bem por um tal de João Lima que bem vou precisar :)

    Um abraço e força!!!!

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  2. Caro João,
    É isso.
    Nem damos valor á felicidade que temos quando olhamos para quem nem andar consegue.
    É comovente.
    Não sei se vamos ter tempo de preparar a maratona mas, vamos tentar.
    Correr em Valência é fantástico.
    Vais ter uma experiência inesquecível.
    Grande abraço e recupera essa forma.
    MIKE

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